sexta-feira, 28 de março de 2014

IV DOMINGO DA QUARESMA - ANO A



Chegamos ao 4º Domingo da Quaresma, chamado “Domingo Laetare” ou “Domingo da Alegria”, nos aproximamos da festa máxima da nossa salvação e todo o contexto bíblico nos leva a refletir sobre a luz (que é Jesus Cristo). Já inicia o evangelista São João no prólogo de seu evangelho: “Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. Nele havia vida e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam”.

Na primeira leitura refletimos a unção de Davi como Rei. Samuel é enviado a Jessé em Belém, onde Deus lhe mostrará seu ungido, o profeta Samuel em contra partida julga pelo olhar dos homens e não possui a essência do saber divino e se equivoca ao achar que Aliab seria o ungido do Senhor, por julgar pelo seu belo aspecto e pela sua estatura, mas Deus rejeita todos os filhos ali presentes e escolhe a Davi o filho mais novo que pastoreava as ovelhas no campo e Davi recebe a dádiva da unção e deixa de ser pastor de ovelhas para ser o pastor de todo o povo de Israel. O sentido espiritual da unção é de marcar seu ungido não apenas na forma temporal da matéria, mas sim de infundir um selo invisível aos olhos humanos, mas que se consagra pela ação transformadora do Espírito Santo, vemos que é a prefiguração do sacramento da ordem, no qual o sacerdote  é ungido para ser sacerdote do altíssimo e Dele ser instrumento da ação salvadora de Deus.

A luz é elemento indispensável para a manutenção da vida, assim como Deus pela encarnação do Seu Filho Jesus Cristo é indispensável para o mistério da salvação. A reflexão de São Paulo a comunidade de Efésios nos leva a uma auto reflexão de vida na fé, tiremos nossas mascaras e deixemos refletir a verdadeira face de nossas almas, larguemos as trevas dos vícios e dos males que nos fazem padecer, larguemos uma vida desordenada distante de Deus, larguemos a duplicidade das faces que buscam viver uma vida falsa e hipócrita perdidos de seu si e de suas ideologias vivendo uma falsidade psicológica e ideológica de suas vidas, larguemos o pecado e busquemos a santidade da alma, para que semelhantes a Cristo sejamos puros e retos de coração, pois tudo que é pecado um dia será manifestado pela ação da luz e as mascaras caíram por terra “já que o que fazes em segredo tem vergonha ate de dizê-lo”.

A representação do cego é apenas um uso para pluralização da cegueira da fé dos Judeus que pregavam que os cegos de nascença pagavam pelos seus pecados ou pelos pecados dos seus pais. A água que Jesus prometeu a Samaritana no domingo passado se une a luz neste domingo da alegria, já que para os judeus a saliva continha o espírito, o lago de Siloé nos lembra de nossa fonte batismal da qual renascido pela água que lava nossos pecados, e pela chama do Círio Pascal somos chamados a ser luz no mundo, como Cristo é a luz que nós faz seguir ao Pai. Mas, não é fácil, não basta querer. Sem a graça do Senhor, nada conseguiremos, a não ser, sermos infiéis, por isso a necessidade dos exercícios quaresmais: a oração, a penitência e a  caridade, por isso a necessidade da confissão de nossos pecados, para que sempre renovados sejamos uma luz não para “sermos maior”, mas para sermos sinais visíveis da graça de Deus.
“Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá”.




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