Chegamos ao 4º Domingo
da Quaresma, chamado “Domingo Laetare” ou “Domingo da Alegria”, nos aproximamos
da festa máxima da nossa salvação e todo o contexto bíblico nos leva a refletir
sobre a luz (que é Jesus Cristo). Já inicia o evangelista São João no prólogo
de seu evangelho: “Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. Nele havia
vida e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas
não a compreenderam”.
Na primeira leitura
refletimos a unção de Davi como Rei. Samuel é enviado a Jessé em Belém, onde
Deus lhe mostrará seu ungido, o profeta Samuel em contra partida julga pelo
olhar dos homens e não possui a essência do saber divino e se equivoca ao achar
que Aliab seria o ungido do Senhor, por julgar pelo seu belo aspecto e pela sua
estatura, mas Deus rejeita todos os filhos ali presentes e escolhe a Davi o
filho mais novo que pastoreava as ovelhas no campo e Davi recebe a dádiva da
unção e deixa de ser pastor de ovelhas para ser o pastor de todo o povo de
Israel. O sentido espiritual da unção é de marcar seu ungido não apenas na
forma temporal da matéria, mas sim de infundir um selo invisível aos olhos
humanos, mas que se consagra pela ação transformadora do Espírito Santo, vemos
que é a prefiguração do sacramento da ordem, no qual o sacerdote é ungido para ser sacerdote do altíssimo e Dele
ser instrumento da ação salvadora de Deus.
A luz é elemento indispensável
para a manutenção da vida, assim como Deus pela encarnação do Seu Filho Jesus
Cristo é indispensável para o mistério da salvação. A reflexão de São Paulo a
comunidade de Efésios nos leva a uma auto reflexão de vida na fé, tiremos nossas
mascaras e deixemos refletir a verdadeira face de nossas almas, larguemos as
trevas dos vícios e dos males que nos fazem padecer, larguemos uma vida
desordenada distante de Deus, larguemos a duplicidade das faces que buscam
viver uma vida falsa e hipócrita perdidos de seu si e de suas ideologias
vivendo uma falsidade psicológica e ideológica de suas vidas, larguemos o
pecado e busquemos a santidade da alma, para que semelhantes a Cristo sejamos
puros e retos de coração, pois tudo que é pecado um dia será manifestado pela
ação da luz e as mascaras caíram por terra “já que o que fazes em segredo tem
vergonha ate de dizê-lo”.
A representação do cego
é apenas um uso para pluralização da cegueira da fé dos Judeus que pregavam que
os cegos de nascença pagavam pelos seus pecados ou pelos pecados dos seus pais.
A água que Jesus prometeu a Samaritana no domingo passado se une a luz neste
domingo da alegria, já que para os judeus a saliva continha o espírito, o lago
de Siloé nos lembra de nossa fonte batismal da qual renascido pela água que
lava nossos pecados, e pela chama do Círio Pascal somos chamados a ser luz no
mundo, como Cristo é a luz que nós faz seguir ao Pai. Mas, não é fácil, não
basta querer. Sem a graça do Senhor, nada conseguiremos, a não ser, sermos
infiéis, por isso a necessidade dos exercícios quaresmais: a oração, a
penitência e a caridade, por isso a necessidade da confissão de nossos
pecados, para que sempre renovados sejamos uma luz não para “sermos maior”, mas
para sermos sinais visíveis da graça de Deus.
“Desperta, tu que
dormes, levanta-te dentre os mortos e sobre ti Cristo resplandecerá”.
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